Os chineses admitiram, em 2017, que venderam tecnologias produzidas nos Estados Unidos para a Coreia do Norte e o Irã, como roteadores, servidores e microprocessadores, o que viola as leis americanas, como informa o Ars Technica. Por isso, a ZTE pagou uma multa de US$ 890 milhões e disse ter punido os executivos responsáveis pelo esquema.

Só que os Estados Unidos continuam acusando a ZTE de violar as leis: o governo diz que os executivos chineses não tiveram seus bônus reduzidos e não receberam nenhuma carta de repreensão por seus atos. Por ter apresentado um “padrão de fraude, declarações falsas e repetidas violações”, o Departamento de Comércio emitiu uma ordem proibindo qualquer empresa americana de fazer negócios com a ZTE. E isso é um problemão, especialmente no mercado de smartphones. A empresa que domina o mercado de processadores para dispositivos móveis, principalmente em segmentos mais altos, é a Qualcomm, que era uma grande fornecedora da ZTE. Segundo a Reuters, empresas americanas fornecem entre 25% e 30% dos componentes de um smartphone da fabricante chinesa. Além disso, outra empresa americana que trabalhava com a ZTE era o Google. Em tese, qualquer empresa pode usar o Android, já que é um sistema operacional de código aberto. Só que os aplicativos do Google Mobile Services (GMS), como Chrome, YouTube, Maps e Play Store, exigem o pagamento de uma licença. Vender um smartphone sem Google Play pode até dar certo na China, mas não no resto do mundo. Cabe lembrar que, além da ZTE, outra chinesa em situação complicada é a Huawei. As agências de segurança dos Estados Unidos já pedem publicamente que cidadãos não usem smartphones da Huawei por temor de espionagem, e a fabricante não está conseguindo vender seus produtos: a varejista Best Buy interrompeu a compra de smartphones da marca, e operadoras estão cancelando acordos por pressões políticas.

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