O Tecnoblog conversou com Leonardo Capdeville, diretor de tecnologia da TIM Brasil. Embora o Wi-Fi Calling tenha sido uma promessa nas Olimpíadas, a operadora preferiu focar em VoLTE por conta da experiência do usuário. “Se um cliente estiver em uma chamada Wi-Fi e se desconectar da rede, a chamada cai. Ao mesmo tempo, se a rede Wi-Fi não for estável, a ligação fica ruim”. Mesmo com os pontos negativos, a tecnologia será explorada pela TIM. “Lançaremos em 2018 uma solução inteligente de Wi-Fi Calling, onde um aplicativo rodará em segundo plano no smartphone do cliente, e decidirá qual a melhor forma da chamada ser feita. Se a rede 3G for melhor do que o Wi-Fi, por exemplo, a chamada será feita pela rede celular tradicional. No Wi-Fi Calling nativo não há essa escolha inteligente, a chamada vai sempre por Wi-Fi”. Além de proporcionar melhor qualidade, a decisão por lançar um aplicativo em vez de habilitar o Wi-Fi Calling nativo do sistema vem do fato de que poucos dispositivos vendidos no Brasil possuem a função de fábrica. O aplicativo permitiria essa experiência em qualquer aparelho. Capdeville ainda disse que o aplicativo funcionaria mesmo no iOS, o que parece estranho considerando as limitações de desenvolvimento da plataforma da Apple. No entanto, a opção nativa de Wi-Fi Calling do iPhone também estará disponível. Atualmente, Claro, Vivo e Porto Seguro Conecta possuem soluções de chamadas Wi-Fi. Questionamos se o aplicativo também faria chamadas usando a rede de dados móveis, como o TU Go da Vivo, mas Capdeville não soube responder a pergunta. Seria interessante se funcionasse, permitindo que um turista que viajasse para outro país continue fazendo e recebendo chamadas usando um chip de internet de uma operadora local.
VoLTE a todo vapor
A TIM parece priorizar o aumento do número de municípios com VoLTE, que chega atualmente a 1.043 cidades atendidas pela tecnologia. O VoLTE permite utilizar a rede 4G para chamadas telefônicas e melhora a qualidade da ligação caso ambos os dispositivos estejam na mesma rede. A operadora não se limitou a ativar a tecnologia somente nas cidades com cobertura de 700 MHz; ela defende que os 1.800 MHz já são suficientes para isso, uma vez que a penetração de sinal é similar ao que a operadora entrega em redes 2G e 3G.
Três mil cidades cobertas com 4G até o fim do ano
Em apresentação à imprensa, o presidente da empresa Stefano de Angelis afirmou que a TIM cobrirá 3 mil cidades com 4G até o final de dezembro de 2017. Em novembro, a operadora registrava 2.551 municípios atendidos pela tecnologia. A operadora precisa cobrir 449 cidades em dezembro para cumprir a palavra do executivo. Com isso, Angelis disse que o objetivo de 2017 foi ter a maior cobertura, mas que em 2018 quer ter a melhor cobertura. A operadora focará na melhoria da cobertura em ambientes internos, algo que será possível graças à expansão da rede de 700 MHz. Atualmente, a operadora já cobre 750 cidades com a frequência. Para São Paulo, a maior cidade do país, a operadora aposta muito na faixa de 700 MHz justamente por não possuir licença em outra frequência baixa. A operadora ativará a rede 700 MHz na capital paulista até julho de 2018 e contará com ajuda de 500 biosites, antenas fixadas em postes de luz e que não agridem a paisagem. Para isso, um acordo foi feito com a prefeitura do município e prevê o direito de uso do solo por 5 anos. Lucas Braga viajou para São Paulo a convite da TIM.