Já contamos a vergonhosa história da Theranos, mas aqui vai um breve resumo: Elizabeth Holmes fundou a empresa em 2003 com a intenção de criar uma tecnologia capaz de revolucionar os exames médicos; cerca de dez anos depois, ela anunciou um equipamento capaz de fazer mais de 200 tipos de exames com apenas algumas gotas de sangue. Como efeito, a Theranos acabou chamando atenção — que investidor não iria querer apostar em uma tecnologia capaz de revolucionar um mercado que, apenas nos Estados Unidos, movimenta mais de US$ 70 bilhões por ano? Só tinha um detalhe: tudo o que a companhia prometeu era mentira. Apesar da empolgação do mercado, o tal do equipamento — de nome Edison — nunca foi apresentado publicamente, a Theranos sempre se desvencilhava de questionamentos sobre seus métodos e autoridades encontraram, em inspeções surpresa, procedimentos que até colocavam pacientes em risco. Eis a consequência: as ações da Theranos despencaram e, agora, a empresa coleciona processos judiciais. Elizabeth Holmes, outrora comparada a Steve Jobs e Bill Gates, agora é vista como um exemplo do que não fazer no mercado. Ela teve que pagar multa e deixou o controle da Theranos como parte de um acordo com a SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos.

Mas não é só: Holmes está impedida de comandar empresas de capital aberto por dez anos e foi indiciada criminalmente por fraude. Se condenada, ela poderá pegar até 20 anos de cadeia e está sujeita a uma multa de US$ 250 mil por cada um de seus delitos. David Taylor, que assumiu o cargo de CEO após o a afastamento de Holmes, tentou fazer a Theranos ser vendida, mas não teve sucesso. Não surpreende: quem estaria disposto a assumir uma companhia tão desacreditada e, eventualmente, ter que lidar com problemas oriundos da fraude? Em email enviado aos acionistas, Taylor comunicou o fechamento da Theranos e explicou que os ativos restantes serão utilizados para pagar credores, tanto quanto possível. A maioria dos funcionários que continuavam na empresa após o escândalo ter vindo à tona foi desligada na semana passada. Com informações: Wall Street Journal

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