É fácil esquecer que os dados da internet já são transmitidos, em parte, na forma de luz. Os sinais elétricos são convertidos em feixes que, então, viajam através da fibra óptica. No entanto, instalar cabos exige tempo e dinheiro, e nem sempre vale a pena economicamente.
Por sua vez, a tecnologia FSOC (comunicações ópticas em espaço livre) não exige fibra: ela usa feixes de luz para transferir dados a até 20 Gb/s por longas distâncias. As caixas FSOC podem ser instaladas em telhados ou torres, e o sinal atravessa facilmente obstáculos como rios, estradas e ferrovias. No entanto, como lembra a Reuters, a conexão pode sofrer problemas com mau tempo ou com desalinhamento entre as caixas. O Google já usou essa tecnologia no Projeto Loon, enviando uma cópia do filme Academia de Gênios entre dois balões a 100 km de distância. Ela funcionou bem na estratosfera, e passará pelo seu maior teste perto da superfície. A operadora indiana AP State FiberNet vai instalar duas mil caixas FSOC criadas pela equipe do laboratório X, da Alphabet. Esses links serão instalados a até 20 km de distância um do outro, e “vão preencher lacunas críticas nos principais pontos de acesso, como celulares e hotspots Wi-Fi”, segundo o Google. A FiberNet atua no estado de Andhra Pradesh, que abriga mais de 53 milhões de pessoas, e onde menos de 20% da população tem acesso à banda larga. O governo estadual se comprometeu a conectar 12 milhões de famílias até 2019. Este ano, o Google usou seus balões do Projeto Loon para fornecer internet em Porto Rico, que foi devastado pelo furação Maria. O acesso é feito via 4G, com velocidade de até 10 Mb/s. Com informações: Google, Reuters.