Agora, dois executivos da Microsoft confirmam ao Fast Co Design que a fabricação do acessório foi encerrada. Alex Kipman, criador do Kinect, e Matthew Lapsen, gerente-geral de marketing do Xbox, explicam que o estoque nas varejistas não será mais reposto.

No entanto, a tecnologia por trás do Kinect segue viva. A versão 4 de seu sensor é usada no HoloLens, headset de realidade mista: ela tem campo de visão de 120 graus (contra 50 graus no modelo original), e consome 1,5 W de energia. E a versão 5 já está em desenvolvimento. O Kinect foi a base para a Microsoft desenvolver a assistente de voz Cortana, já que ele atende a comandos de voz; e também o sistema de identificação biométrica do Windows Hello, que quer reduzir nossa dependência de senhas. Há pelo menos um ano, havia fortes sinais de que o Kinect estava praticamente morto. Sim, ele vendeu cerca de 35 milhões de unidades desde sua estreia em 2010, mas tudo começou a desandar com o Xbox One. Inicialmente, a Microsoft planejava torná-lo obrigatório para usar o console. Após inúmeras críticas, ela voltou atrás.

O Kinect chegou a fazer parte do kit básico do Xbox One. Mas em 2014, o console passou a ser oferecido de forma avulsa a um preço US$ 100 menor, aumentando as vendas — e concorrendo melhor com o PlayStation 4. Desde então, nem mesmo a Microsoft lançou jogos para o acessório. Em 2016, tivemos poucos títulos compatíveis, incluindo Just Dance 2017, Kung-Fu for Kinect, Boom Ball 2 e Fru. A Microsoft continuará dando suporte para os atuais donos do Kinect, mas o futuro de seu SDK — usado para “hackear” o acessório e dar outras finalidades para ele — ainda está incerto. “A fabricação do Kinect para o Xbox One terminou, mas não é o fim da jornada para a tecnologia”, disse um porta-voz da empresa ao TechCrunch. “O Kinect continua a encantar dezenas de milhões de donos do Xbox, e suas inovações seguem vivas no Xbox One, Windows 10, Cortana, Windows Holographic e em tecnologias futuras.” Curiosamente, agora é a Apple que tenta levar a tecnologia do Kinect para um público mais amplo, através do Face ID. Ela adquiriu a PrimeSense, que ajudou a criar o acessório da Microsoft, em 2013. O iPhone X tem um projetor que coloca 30 mil pontos invisíveis no seu rosto; e uma câmera infravermelho para fazer o reconhecimento facial. Com informações: Fast Co Design, TechCrunch, The Verge.

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