Muitas das maiores empresas de Bitcoin concordaram em adotar essa atualização, chamada SegWit (Segregated Witness), a partir de 1º de agosto. No entanto, um grupo relativamente pequeno de dissidentes promete lançar uma nova versão da criptomoeda, chamada Bitcoin Cash.
Para recapitular: o Bitcoin atualmente só consegue processar 7 transações por segundo — a rede da Visa, por exemplo, aguenta até 56 mil transações por segundo. Para ter maior prioridade, é preciso pagar taxas cada vez mais altas, uma média de US$ 5. Daí a necessidade de atualizar a criptomoeda. Mas um grupo liderado por Amaury Sechet, ex-engenheiro do Facebook, acredita que o SegWit não é o suficiente para ampliar a capacidade de transações do Bitcoin. Por sua vez, o Bitcoin Cash promete taxas baixas porque terá um “tamanho de bloco” maior. Isso significa que a nova moeda terá uma quantidade de dados maior em cada bloco de transações. O problema é que, segundo defensores do SegWit, isso tornaria mais difícil para usuários individuais processarem os blocos, e facilitaria o controle da rede por um pequeno grupo de empresas. Por isso, muitas casas de câmbio proeminentes — incluindo Coinbase e Bitstamp — já disseram que não vão negociar Bitcoin Cash. Outras, como Kraken e Bitfinex, darão suporte à nova criptomoeda e vão fazer a conversão automaticamente, então donos do Bitcoin não devem sofrer perdas no processo. Para continuar existindo, o Bitcoin Cash precisará do apoio dos mineradores, que usam computadores especializados para liberar mais criptomoedas. Eles também processam transações e têm poder de voto sobre mudanças na rede. Muitos dos grandes mineradores estão na China, e um deles — ViaBTC — dará suporte ao Bitcoin Cash. Ou seja, o futuro do Bitcoin ainda parece ligeiramente incerto. Tudo ficará mais claro a partir desta terça-feira (1), quando o SegWit for ativado e o Bitcoin Cash começar suas operações. Com informações: Fortune, New York Times.