O chefão da Apple concedeu uma entrevista recentemente à MSNBC e, quando questionado sobre o que faria se estivesse no lugar de Zuckerberg, explicou que a sua companhia jamais estaria em situação tão desconfortável. A explicação dada por ele é que a Apple não explora os dados de seus usuários para aumentar as receitas, embora tenha tecnologia para fazê-lo. “A verdade é que poderíamos ganhar muito dinheiro se rentabilizássemos [os dados do] nosso cliente — se o nosso cliente fosse o nosso produto. Optamos por não fazê-lo”, disse Cook, que ainda afirmou que a Apple trata a privacidade como um direito fundamental das pessoas. Em entrevista ao podcast da Vox, quando perguntado se o negócio de monetizar a atenção do usuário é que vem causando problemas, como Tim Cook deu a entender, Mark Zuckerberg respondeu: “acho que esse argumento de que se você não está pagando [para usar o serviço] de alguma forma nós não podemos nos importar com você é extremamente simplista”. Ele disse ainda que a publicidade é o único modelo que permite criar um serviço capaz de conectar todo mundo, inclusive quem não pode pagar.
Não terminou aí. Zuckerberg aproveitou a oportunidade para cutucar a Apple: “se você quer construir um serviço que não serve apenas a endinheirados, precisa então oferecer algo que as pessoas conseguem pagar”. “No Facebook, estamos no meio das empresas que trabalham muito para cobrar menos e oferecer serviços gratuitos que todos podem usar, mas eu não acho que isso significa que não nos importamos com as pessoas”, completou. Na mesma entrevista, Zuckerberg reconheceu que pode demorar para consertar o Facebook. Essa foi a resolução de ano novo que ele fez, mas o escândalo Cambridge Analytica está se mostrando tão avassalador que mudanças são mesmo necessárias, com promessas ou não. “Eu gostaria de resolver todos os problemas em três ou seis meses, mas acho que a realidade é que lidar com algumas dessas questões levará mais tempo”.