Processadores Xeon “Cooper Lake” terão até 56 núcleos e 112 threadsO que é inteligência artificial?
Por ora, são dois chips: o NNP-I 1000 (codinome Spring Hill) e o NNP-T (Spring Crest). Ambos foram idealizados para acelerar sistemas baseados em inteligência artificial, mas cada um segue uma abordagem diferente. Comecemos pelo NNP-I. Esse chip foi desenvolvido com foco em inferência (daí o ‘I’ no nome), o que significa ele deve executar de modo otimizado tarefas de redes neurais já treinadas. Já o NNP-T tem como foco o treinamento, isto é, o trabalho de ensinar a rede neural a processar dados de acordo com determinados conjuntos de regras e condições. Frequentemente, o treinamento de redes neurais exige grande capacidade computacional, por isso, o NNP-T foi projetado para ser altamente escalável. Várias unidades do chip podem ser colocadas para trabalhar em conjunto com relativa facilidade. O NNP-T tem como base um chip de 16 nanômetros da TSMC (pois é). Ele pode lidar com até 32 GB de memória HBM2 (quatro módulos de 8 GB) e vem com 24 TPCs (Tensor Processing Clusters), além de 60 MB de cache (se somados os caches de todos os seus núcleos). Já o NNP-I tem especificações mais simples. Ele é baseado em um processador Ice Lake de 10 nanômetros: aqui, a GPU e dois núcleos da CPU foram retirados para dar lugar a 12 aceleradores ICE (Inference Compute Engine) que, como o nome indica, são direcionados às tarefas de inferência. Completam as especificações do NNP-I dois núcleos Ice Lake (de arquitetura Sunny Cove) para inteligência artificial que são acompanhados de 24 MB de cache L3. Ambos lidam com instruções AVX-512 VNNI, que são muito usadas em redes neurais. A lógica aqui é relativamente simples: o NNP-I lida com tarefas de inferência simples e que, portanto, demandam menos energia — o TDP varia entre 10 e 50 W aqui; já o NNP-T deve entrar em ação nas tarefas mais pesadas, que envolvem aprendizagem profunda, por exemplo. Isso explica o fato de o seu TDP variar entre 150 e 250 W. Amostras dos chips Nervana já foram enviadas a companhias como Baidu e Facebook. A produção em larga escala deve começar até o fim do ano, pelo menos para os chips NNP-I. Vale destacar que esse projeto foi possível porque a Intel comprou a Nervana Systems, em 2016. Os chips foram projetados na unidade da Intel em Haifa, Israel. Com informações: ExtremeTech, Tom’s Hardware.