Segundo reportagem do New York Times, os acordos estão em vigor desde 2010. O Facebook diz que eles permitiriam apenas que a experiência da rede social fosse levada para mais usuários. A integração era útil em uma época em que sistemas como Android e iOS ainda não eram tão difundidos como hoje.
As fabricantes receberam APIs que permitiam criar soluções para usuários acessarem o Facebook sem que a rede social tivesse que desenvolver um aplicativo para cada sistema. O Facebook afirma que a permissão era semelhante à que foi concedida ao BlackBerry, que pode ter recebido informações em excessivas. O BlackBerry Hub, uma das plataformas criadas com o acordo, foi testado por um repórter do NYT e foi capaz de mostrar informações como status de relacionamento, religião e inclinação política de 556 amigos. Além disso, acessou os perfis de mais de 294 amigos dos amigos do repórter. O Facebook diz que a integração com a Huawei, em especial, será descontinuada até o final desta semana. A fabricante causa uma preocupação maior que Lenovo, Oppo e TCL, por conta de seu relacionamento próximo com o governo chinês. A suspeita sobre a Huawei é tão grande que, em fevereiro, agências como FBI, CIA e NSA recomendaram que americanos não comprassem os aparelhos da empresa. A Huawei afirma que aproveitou o acordo somente para oferecer um “smartphone social” aos seus usuários, que poderiam visualizar mensagens e outras informações sobre suas contas. O Facebook garante que essas informações ficaram em cada dispositivo e não chegaram a ser armazenadas nos servidores das fabricantes. Ao permitir que informações privadas fossem exibidos em outras plataformas sem o consentimento dos usuários, o Facebook pode ter violado um acordo feito em 2011 com a FTC (Comissão Federal do Comércio). Na ocasião, o órgão obrigou a rede social a pedir a autorização dos usuários se desejasse se sobrepor às configurações de privacidade prévias.
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