O jogo virou? Facebook perde usuários e Snapchat lucra pela 1ª vezComo desinstalar o Facebook [resolvendo problemas]

“A vida é muito melhor sem o Facebook”

Parece uma ameaça do tipo “a bola é minha e, se não for do meu jeito, ninguém joga”. Essa impressão ganha força se olharmos para as reações no melhor estilo “ninguém se importa” de duas autoridades europeias. A primeira é a de Robert Habeck, ministro da economia da Alemanha, que declarou: “depois que eu fui hackeado, vivi quatro anos sem Facebook e Twitter e minha vida foi fantástica”. Junto a Habeck estava Bruno Le Maire, ministro de finanças da França, que completou: “posso confirmar que a vida é muito melhor sem o Facebook e que viveríamos muito bem sem o serviço”. Mas, ao contrário do que parece, a Meta não fez uma ameaça direta de boicote ao continente europeu. Na verdade, essa história ganhou forma em um relatório enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão dos Estados Unidos equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira.

O que acontece na Europa, fica na Europa

O tal relatório deve ser enviado todo ano à SEC por companhias americanas que detêm mais de US$ 10 milhões em ativos. O documento fornece um resumo da saúde financeira da empresa e pode incluir potenciais problemas futuros relacionados a esse aspecto. Foi o que a Meta fez. No relatório referente ao ano de 2021, a companhia declara que seus negócios dependem de dados processados tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, razão pela qual precisa manter uma interoperabilidade entre as duas regiões. Então é só manter, certo? É aí que o problema começa. Tendo o GDPR como impulsionador, a União Europeia vem aplicando leis mais rigorosas para defesa da privacidade. Uma delas exige que dados de cidadãos europeus sejam processados em servidores localizados na Europa. Estados Unidos e União Europeia mantêm acordos para compartilhamento de dados entre as duas regiões, mas a nova legislação europeia não dá base legal para essa prática. Além disso, uma decisão judicial de 2020 derrubou a manutenção dessa cooperação por causa do entendimento de que os dados de cidadãos europeus não estariam protegidos em outro lugar. Há meses que reguladores dos dois lados tentam chegar a um acordo para renovar esse pacto, mas, como a própria Comissão Europeia reconhece, essa discussão “leva tempo, dada também a complexidade das questões abordadas e a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre privacidade e segurança nacional”. Como há boas chances de que nenhum acordo saia daí, as organizações que dependem de transferência de dados entres servidores nos Estados Unidos e Europa deverão se adequar às novas regras ou deixar de atuar nesta última região.

Parece mais um grito de socorro

É exatamente esse ponto que encurralou Mark Zuckerberg e sua turma. Mas, não, a Meta não vislumbra um cenário em que deixará de oferecer seus serviços na Europa, pelo menos não de modo intencional. No relatório enviado à SEC, o que a Meta argumenta é que, caso não seja possível transferir dados entre Estados Unidos e Europa, as suas operações poderão ser seriamente prejudicadas, conforme deixa claro o seguinte trecho do documento: Esta é a parte que parece uma ameaça: Repare que a Meta faz, na verdade, um alerta de que as suas operações serão gravemente prejudicadas se não houver nenhuma flexibilização por parte da União Europeia nas leis de tratamento de dados. É como se a companhia estivesse, na verdade, pedindo socorro. A nota que a companhia enviou ao Mashable reforça que não existe intenção de abandono do mercado europeu: A expectativa da Meta é a de que reguladores americanos e europeus cheguem a um acordo sobre transferência de dados ainda em 2022, mas, a julgar pelas falas de Robert Habeck e Bruno Le Maire, muita conversa terá que rolar para isso. Com informações: Bloomberg, Mashable.

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