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A empresa conseguiu avanços a partir de um experimento realizado em conjunto com pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco. Nele, voluntários prestes a passar por uma cirurgia de epilepsia aceitaram implantar eletrodos que respondiam às suas falas. O equipamento foi usado para gravar a atividade em partes do cérebro e reconhecer padrões a partir de palavras e frases ditas pelos voluntários. Os participantes ouviram perguntas de múltipla escolha e deram suas respostas em voz alta. A partir disso, a interface cérebro-computador determinava se a fala era uma pergunta ou uma resposta e, em seguida, tentava identificar o conteúdo. O sistema também considerava o contexo para limitar as falas disponíveis. O experimento, que envolveu apenas 9 perguntas e 24 respostas possíveis, registrou de 61% a 76% de precisão.
As interfaces cérebro-computador não são novas, mas costumam ser lentas e exigir a escolha de uma letra por vez em teclados virtuais. O Facebook pretende oferecer um sistema com comandos rápidos como “selecionar” e “excluir”, além do reconhecimento de mais de 100 palavras por minuto de forma não-invasiva. Como o experimento demonstra, objetivo ainda está longe de ser alcançado. O reconhecimento ainda não é tão eficiente e os eletrodos são bastante invasivos. No entanto, a empresa acredita que, no futuro, wearables poderão usar ondas cerebrais para reconhecer comandos dos usuários. “Ser capaz de decodificar até mesmo um punhado de palavras imaginadas – como ‘selecionar’ ou ‘excluir’ – forneceria maneiras totalmente novas de interagir com os sistemas de realidade virtual de hoje e os óculos de realidade aumentada de amanhã”, diz o Facebook. O desenvolvimento de uma interface cérebro-computador também leva a novas discussões sobre informações que o Facebook pode ter acesso. Para o diretor do Facebook Reality Labs, Mark Chevillet, é preciso aguardar o desenvolvimento da interface. “Não podemos antecipar ou resolver todos os problemas éticos associados a essa tecnologia por conta própria”, afirma. “O design neuroético é um dos principais pilares do nosso programa – queremos ser transparentes sobre o que estamos trabalhando para que as pessoas possam nos dizer suas preocupações sobre esta tecnologia”. Com informações: Facebook, Engadget, The Verge.