Alta executiva da Huawei é presa no Canadá a pedido dos EUAGoverno dos EUA está proibido de usar tecnologia da Huawei e ZTE

Meng Wanzhou, 46 anos, é filha de Ren Zhengfei, fundador da Huawei. Ela foi detida em 1º de dezembro por autoridades de Vancouver no aeroporto da cidade. A executiva havia partido de Hong Kong e tentava seguir para o México. A prisão foi efetuada a pedido dos Estados Unidos. A acusação que recai sobre Wanzhou é a de que ela participou de uma conspiração para fraudar várias instituições financeiras. As investigações apontam que ela fez parte do conselho da Skycom, empresa baseada em Hong Kong que teria feito negócios com o Irã entre 2009 e 2014. Na mesma época, vários bancos americanos trabalhavam com a Huawei. A suspeita é a de que Wanzhou usou essa relação para apoiar a Skycom em suas negociações com Irã, fazendo as instituições bancárias violarem de modo indireto as sanções que os Estados Unidos mantinham contra o país naquela época. Acredita-se que a Skycom seja uma subsidiária da Huawei. No período relatado, a companhia teria vendido ou tentado vender equipamentos da HP para o Irã, operação que as sanções dos Estados Unidos proíbem. Os bancos americanos seriam usados para que a empresa pudesse receber o dinheiro do Irã.

Para piorar a situação, o promotor canadense John Gibb-Carsley afirma que Meng Wanzhou costumava fazer viagens frequentes aos Estados Unidos, mas que não entrava no país desde março de 2017, justamente a época em que as autoridades norte-americanas passaram a investigar a Huawei. Para o promotor, esse é um indício de que a executiva já temia ter problemas com o país.

Defesa diz que Meng Wanzhou tem problemas de saúde

Após Meng Wanzhou passar mais de uma semana detida, a defesa da executiva vem fazendo pedidos de liberdade temporária sob fiança, pelo menos até que a justiça canadense decida ou não extraditá-la para os Estados Unidos. David Martin, advogado de Wanzhou, afirma que ela já passou por vários problemas de saúde durante a vida, incluindo um câncer de tireoide tratado em 2011, cirurgias para tratamento de apneia do sono que a impedem de engolir corretamente e hipertensão arterial, condição que ainda persiste. A preocupação com a saúde da executiva é um dos argumentos da defesa para o pedido de liberdade temporária. No entanto, o promotor Gibb-Carsley contra-argumenta que a família de Meng Wanzhou é poderosa o suficiente para levantar os meios necessários para tirar a executiva do Canadá caso ela seja libertada. Wanzhou disse que está disposta a entregar seus passaportes às autoridades e citou as duas casas que mantém em Vancouver para demonstrar seu vínculo com a cidade e assegurar que não irá sair do Canadá. Ela também declarou que a sua saída do país poderia causar danos à reputação da empresa fundada por seu pai e que ela não está disposta a isso. A justiça canadense decidirá nesta segunda-feira (10) se Meng Wanzhou deve ou não ser posta em liberdade mediante fiança enquanto aguarda a audiência de extradição. Com informações: The Wall Street Journal, Reuters, The Verge.

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