Em recuperação, Saraiva projeta crescimento de 80% e novas lojas físicasComo pedir reembolso de uma compra na Shopee [Devolução]
A Shopee é motivo de 1.587 reclamações feitas ao Procon por consumidores insatisfeitos. As queixas foram registradas entre setembro de 2020 e agosto de 2021. Em setembro de 2020, foram registradas apenas 8 reclamações pelo Procon-SP no total. Ao final de 2020, esse número saltou para 122 queixas, representando aumento de aproximadamente 1.500%. Mas, até agosto deste ano, as reclamações relacionadas à varejista de Singapura dispararam para 208, chegando a um aumento de 2.600% quando comparado com o começo da série histórica.
Dificuldade de reembolso é maior reclamação
Entre os principais motivos das reclamações, o Procon-SP aponta: Segundo o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, a estratégia de descontos agressivos, pela qual a Shopee é conhecida, é bem-vinda, “desde que não seja uma forma de atrair a pessoa para um golpe”. Em entrevista ao Tecnoblog, Capez ainda cita que a Shopee tem dificuldades no pós-venda, e chama a atenção para o que chamou de “negligência ao atender consumidor”:
Procon-SP propõe termo de colaboração
O diretor do Procon-SP revela que vai pedir à Shopee para assinar um termo de colaboração com a Polícia Civil e órgão pró-consumidor, com o intuito de combater produtos irregulares em seu marketplace. Em agosto, o Mercado Livre sinalizou que vai trabalhar junto às entidades para coibir a venda de produtos piratas dentro de seu site. Nesse sentido, o acordo com a Shopee seria uma continuação dessa colaboração com o órgão. Logo após o acordo, o Mercado Livre assinou o Guia Antipirataria, elaborado pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) em conjunto com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNPC). Antes, a varejista seguia o Marco Civil da Internet, que prevê a isenção de responsabilidade de varejistas por anúncios de produtos ilegais. Mas e-commerces que atuam com vendas de produtos de terceiros, como a Shopee, ainda seguem as diretrizes do Marco Civil. Isso gera preocupação ao Procon-SP.
Shopee foi notificada pelo Procon-SP nesta semana
Na segunda-feira (13) o órgão pró-consumidor notificou a Shopee. Ele pede explicações sobre a origem dos produtos vendidos aos clientes. A varejista deverá confirmar quais são os ritos de fiscalização por trás de sua operação para garantir a qualidade dos itens comercializados. O órgão encontrou alguns produtos com preço atípico, muito abaixo do preço oferecido por outros e-commerces. Para efeito de comparação, um tênis da Vans estava em uma promoção por R$ 35,90 na Shopee, enquanto em outras plataformas, saia por R$ 349. A empresa também deve enviar ao órgão pró-consumidor documentos que atestam a regularidade fiscal, tributária e comercial das lojas parceiras cadastradas na plataforma da Shopee. A marca recentemente reforçou seu marketplace com produtos de grandes multinacionais, como Huawei e Phillips. Entre outras exigências, a Shopee deverá ainda explicar ao Procon-SP quais são os critérios por trás de sua estratégia de preços e descontos agressivos. A Shopee deve responder às exigências do Procon-SP até o dia 17 (sexta-feira). Em nota ao Tecnoblog, a varejista de Singapura afirma que vai responder ao órgão dentro do prazo, e confirmou a exigência de que todos os vendedores cadastrados sigam as regras do marketplace e da legislação brasileira.A Shopee não respondeu sobre a possibilidade de entrar em um acordo com o Procon-SP e a Polícia Civil de São Paulo. A empresa também não se pronunciou sobre o aumento das reclamações. O espaço continua aberto ao posicionamento.