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Para ser mais preciso, Zhu Hua e Zhang Shilong, os dois chineses acusados, foram associados ao Advanced Persistent Threat 10 (APT10), grupo de ciberespionagem que, no entendimento das autoridades norte-americanas, trabalha em prol dos interesses do governo chinês, tendo como alvo principalmente companhias e órgãos do governo de países como Estados Unidos e Japão, além de potências europeias.

Zhu Hua e Zhang Shilong receberam três acusações: invasão de computadores, conspiração para fraude eletrônica e roubo de identidade. As investigações apontam que essas ações levaram à captura de centenas de gigabytes de dados sensíveis de organizações norte-americanas ligadas a diversas áreas: petróleo e gás, TI e comunicações, aviação, tecnologia espacial, entre outras. No documento de acusação, apenas NASA e o Centro de Voos Espaciais Goddard foram citados como alvos do APT10, mas a Reuters aponta que HP e IBM estão entre as 45 organizações atacadas pelo grupo, bem como clientes dessas companhias. Os ataques foram conduzidos durante vários anos — calcula-se que desde 2006, quando o APT10 foi criado, com intensificação das atividades a partir de 2014 — e usaram inclusive táticas de spear phishing: em vez de direcionar um ataque de phishing a alvos aleatórios, esse tipo de ação tem como foco indivíduos ou grupos muito específicos. Só para dar uma ideia da sofisticação das invasões, estima-se que dados pessoais de mais de 100 mil funcionários da Marinha dos Estados Unidos tenham sido capturados. Entre esses dados estão informações de salários e seguro social. Todas essas ações teriam como finalidade o roubo de segredos industriais, comerciais ou de segurança. Para Christopher Wray, diretor do FBI, a China quer “simplesmente substituir os Estados Unidos como superpotência líder, e eles estão usando métodos ilegais para chegar lá”. Zhu Hua e Zhang Shilong provavelmente estão na China, portanto, é pouco provável que sejam detidos. De todo modo, o governo de Donald Trump usou como base a acusação contra eles para romper de vez um acordo firmado em 2015 entre Barack Obama e o presidente chinês Xi Jinping com o qual os dois países se comprometeram a não conduzir, um contra o outro, ataques cibernéticos e ações de ciberespionagem.

A China se defende

Por meio do seu Ministério de Relações Exteriores, o governo chinês nega os ataques e pede para os Estados Unidos retirarem as acusações sob risco de haver grande abalo nas relações entre os dois países. O governo chinês declarou ainda que os Estados Unidos atribuem à China ações condenáveis que eles mesmo praticam. Quer apostar quanto que 2019 vai ser um ano ainda mais tenso entre China e Estados Unidos? Com informações: The Verge, TechCrunch.

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