O objetivo é descobrir se as empresas em questão cresceram de modo a limitar a concorrência e, ao mesmo tempo, deixaram os interesses dos usuários em segundo plano. Investigações antitruste não são novidade no setor de tecnologia (vide o caso da Microsoft, que teve início em 1998 e terminou em 2011), mas nenhuma chegou a promover mudanças no mercado como um todo.

Legisladores dos Estados Unidos só passaram a manifestar interesse pelo assunto depois dos indícios de que plataformas como Facebook, Twitter e YouTube foram usadas para manipulação política nas eleições americanas de 2016. Mas essa não vai ser uma tarefa fácil. Não é só por conta do volume de trabalho. Um dos desafios do DOJ e da FTC, pelo menos na fase inicial, é compreender com clareza como o setor de tecnologia funciona. A frequente falta de preparo das autoridades para lidar com as nuances desse mercado já frustrou investigações anteriores. Um exemplo notável vem do senador republicano Orrin Hatch, de 85 anos, que durante uma sessão no Congresso americano relacionado ao escândalo Cambridge Analytica, perguntou a Mark Zuckerberg como o Facebook se sustenta se os usuários não pagam pelo acesso ao serviço. Demonstrando certa incredulidade com a pergunta, Zuckerberg simplesmente respondeu “senador, nós veiculamos anúncios”:

Aparentemente, DOJ e FTC têm mais preparo para lidar com empresas de tecnologia, mesmo assim, as suas ações muitas vezes são classificadas como demoradas ou insuficientes. Um exemplo recente: muitas autoridades têm criticado a multa de US$ 5 bilhões que a FTC aplicou ao Facebook por conta do escândalo Cambridge Analytica. Confirmada nesta quarta-feira (24), a penalidade está sendo considerada irrisória para uma companhia tão grande. Com informações: CNET.

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