A novidade não foi produzida para chegar às lojas, sendo planejada pelo autor como uma peça artística. De acordo com suas palavras em seu perfil do Twitter: Cada palavra escrita pela máquina vem da tecnologia GPT-3, da OpenAI, que tenta reproduzir textos o mais próximo possível da língua humana. (Esse é o mesmo modelo de linguagem usado no ChatGPT.) Ao demonstrar a Ghostwriter na prática, Arvind Sanjeev traz uma sensação de filme de terror mesclada com a curiosidade da tecnologia. Tudo isso por causa dos sons que surgem a cada letra adicionada ao papel. O engenheiro conversa com a máquina, perguntando sobre ela e, até mesmo, pedindo para que ela crie um poema, algo que o objeto faz sem dificuldade. No entanto, por se tratar de uma máquina de escrever, ela leva um pouco mais de tempo do que se fosse em um computador.
Processo de criação começou em 2021
“A ideia para o projeto veio no início de 2021 e me inspirei no autor de ficção científica Rob Sloan”, comentou Arvind Sanjeev em sua rede social. Primeiramente, o designer precisou escolher qual seria a peça ideal para a brincadeira. Ele acabou optando por uma AX-325 da marca Brother, uma máquina de escrever eletrônica dos anos 90. O motivo é que com ela seria possível usar o Anduino, um microcontrolador para ler os sinais do teclado. Contudo, essa foi a principal dificuldade técnica, como o autor destaca: Em seguida, o processo de limpeza e de troca de partes ocorreu. Logo depois, os testes começaram com a GPT-3 através de um Raspberry Pi. Foi nesse momento que Arvind Sanjeev notou que precisaria conseguir controlar a criatividade (temperatura) e o tempo de resposta da Ghostwriter. Como resultado, ele adicionou dois botões giratórios entre uma pequenina OLED. Além de mostrar os níveis, a telinha ainda tem o sprite de um fantasma para dar aquele “tcham”. Por fim, bastava definir a carcaça e o estilo do produto final.
Piadas, rap e cantadas
Com a intenção de mostrar as habilidades da máquina de escrever fantasmagórica, o autor decidiu realizar diversos pedidos para o aparelho. Em uma delas, por exemplo, ele pediu para a IA contar uma piada: “O que um peixe disse ao acertar uma parede? Dam” (nesse caso, seria uma brincadeira com as palavras “damn” de maldição com “dam” de represa). Na mesma folha, uma “cantada engraçada” foi a próxima a ser solicitada, que teve como resultado: “O seu nome é Google? Porque você tem tudo o que eu procuro”. Por último, o engenheiro pediu para a máquina de escrever criar um rap sobre inteligência artificial no estilo de Eminem. Para nenhuma surpresa, o dispositivo conseguiu realizar a tarefa em questão de segundos. O que mais me chamou a atenção é o propósito de refletir e discutir sobre o relacionamento que os seres humanos têm com a tecnologia. E nesse propósito, acredito que o autor acertou em cheio. Com informações: ARS Technica.