Zoom compra Buscapé por valor não reveladoWalmart encerra vendas online no Brasil e foca em lojas físicas

Esse era o plano original, na verdade. No fim de abril, o Magazine Luiza anunciou um acordo para comprar a Netshoes por US$ 62 milhões (US$ 2 por ação) — a loja online tem sede nas Ilhas Cayman, daí a negociação em dólares.

Mas, três semanas depois, no mesmo dia em que o Magazine Luiza anunciou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a sua oferta, o Grupo SBF fez uma proposta de US$ 87 milhões (US$ 2,80 por ação) para comprar a Netshoes. Sem perder tempo, o Magazine Luiza fez uma nova proposta: aumentou a sua oferta de US$ 62 milhões para US$ 93 milhões (US$ 3 por ação). Poucos dias depois, o Grupo SBF reagiu com uma oferta de US$ 109 milhões (US$ 3,50 por ação). Para dar um peso maior à oferta, o grupo se comprometeu ainda a fazer um aporte de até R$ 70 milhões na Netshoes imediatamente após a aprovação do negócio, além de firmar um contrato para disponibilizar os produtos da Centauro na plataforma da loja online. Soa como uma proposta imperdível, certo? Apesar disso, o conselho de administração da Netshoes recomendou que o negócio seja fechado com o Magazine Luiza. A proposta do Grupo SBF estenderia o processo de venda. E por que isso é um problema? A Netshoes está em uma corrida contra o tempo. A empresa tem fechado os últimos anos com prejuízo e, estima-se, precisa de pelo menos R$ 150 milhões para manter as suas operações durante os próximos meses. Diante desse cenário, o conselho de administração da Netshoes informou que “o preço incremental diferencial oferecido pela Centauro foi insuficiente para compensar riscos relacionados a um cronograma mais longo para o fechamento”.

Já a proposta do Magazine Luiza, por ter recebido sinal verde do Cade, pode fazer a venda ser concluída em até cinco dias úteis após a aprovação dos acionistas na assembleia extraordinária marcada para tratar do assunto. Essa recomendação teve um efeito colateral: as ações da Netshoes vêm experimentando baixas desde então. Mas, como a assembleia está marcada para 14 de junho, a oscilação motivada pela incerteza não deve durar muito. Talvez o Grupo SBF ainda consiga convencer os acionistas ou até mesmo incrementar a sua última oferta. Mas, a essa altura, a venda para o Magazine Luiza já é tida como praticamente certa. Com informações: Folha de S.Paulo, Reuters.

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